#12: Afinal, por que uma ex-workaholic?
Percebi que aquele modus operandi que eu tinha desde 2016, me trouxe muito, mas me tirou muito também, e não era o que eu queria levar adiante.
Eu comecei a fazer análise em 2017.
Na minha primeira sessão, olhei para a minha psicóloga e falei: "eu só queria ficar um pouco doente. Alguma coisa "leve", como uma gripe forte ou até uma pneumonia. Algo que me fizesse ter que descansar por 1 semana, mas que eu me recuperasse logo. Eu só preciso descansar".
Acho que ali ela percebeu o quanto o furo era lá embaixo. Eu não percebi na hora. Fui perceber o quão problemática era essa frase só um bom tempo e dezenas de sessões depois.
Minha vida sempre foi corrida e cheia de atividades, mas ela se tornou especialmente corrida de maio de 2016, quando eu entrei na Uber como marketing manager, até março desse ano, quando eu saí do meu último emprego CLT.
Nesses últimos 7 anos eu estive trabalhando em empresas de tecnologia, seja em uma big tech como Uber ou em startups. Antes disso, eu trabalhei na indústria tradicional - primeiro na Câmara de Comércio Brasil-Alemanha, que incluiu um estágio incrível em Frankfurt, seguidos de 5 anos trabalhando no marketing internacional da Tramontina. Em toda a minha carreira a dedicação foi uma constante, o stress também. Eu não descansava. Mas eu achava que era para um propósito maior, pois sempre me enxerguei trabalhando para construir um bom futuro para mim e para minha família. Tenho muito carinho por todas essas experiências e elas me trouxeram até aqui. Mas percebi que não são elas que vão me levar adiante. Então hoje queria trazer uma reflexão sobre trajetórias de carreiras, escolhas e caminhos.
Capítulo 1 - o início da vida profissional
Eu tive a oportunidade de viajar o mundo pela Tramontina, começando como assistente de marketing e com o desafio de gerenciar planos de marketing em países da América Latina. Cheguei a ir em programas de culinária no Paraguai divulgar a marca e a conhecer lojas na Bolívia que vendiam milhões de dólares em lojas de 10, 15m2 e cheias de produtos empilhados, em que as "cholas" (mulheres bolivianas que usam vestimentas típicas) guardavam o dinheiro na saia. Também liderava a experiência da marca em feiras anuais na Alemanha, que envolvia muita coisa legal mas também desencaixotar panelas e talheres, polir e organizar em prateleiras em stands que chegavam a 300m2, e depois guardar tudo após 5 dias intensos de feira. E eu adorava! Também planejei materiais de ponta de venda e merchandising para grandes cadeias de supermercado russas, ucranianas e letãs, onde as facas da marca faziam o maior sucesso. Nos Emirados Árabes e no Catar eu conheci as práticas do Ramadã e quais os produtos poderiam ser potencializados na época.
No fim, no meu último ano na empresa e já como coordenadora de marketing, tive que aprender a explicar e vender o conceito de churrasco para os países nórdicos (Dinamarca, Noruega, Suécia e Finlândia) e para Portugal, Espanha e Itália. Nesse período, eu fazia não só marketing mas também vendas, e tive ali um dos meus primeiros grandes desafios de liderança: era responsável por gerenciar 7 homens, representantes comerciais de cada país, que estavam há décadas fazendo o mesmo trabalho, do mesmo jeito. Eu fui colocada para mudar esse cenário e começar a trazer mais vendas desses países. Imaginem como foi a recepção desses caras? Eu era uma jovem mulher, brasileira, de 20 e poucos anos cobrando resultado de marmanjos. Tive que aprender muito a me posicionar para ser respeitada, bem como a usar alguns manejos quase políticos nesse cenário, como entregar um benefício para que eles enxergassem o valor que eu trazia para a mesa. Depois de cerca de 1,5 anos trabalhando com eles e algumas viagens bem legais para a região, o resultado veio com incrementos significativos de negócio em 4 países (na Noruega, por exemplo, passamos de 10 para 200 pontos de venda dos itens Tramontina Churrasco) e com a troca de 2 representantes onde o trabalho já não fluía mais.




Eu amava o meu trabalho naquela época. Era interessante, me permitia atuar com Relações Internacionais, uma das faculdades em que me formei. Eu podia explorar meu potencial criativo, me comunicar, pensar em soluções para resolver problemas diversos. Fazer gestão de budget, que eu adoro. E me permitiu viajar o mundo - no último ano por lá, foram 12 viagens internacionais.
Só que daí eu cansei.
Nenhuma empresa é perfeita. Nenhuma das que eu passei foi. Eu me incomodava com algumas questões culturais da Tramontina - apesar de ser uma multinacional que exporta para 120 países, é uma empresa familiar em que as coisas nem sempre andavam na velocidade que eu gostaria. Além disso, na minha visão havia pouca flexibilidade e eu por muitas vezes me sentia presa. Quando não estava viajando, tinha que estar no escritório religiosamente das 08 às 18h, com 1h12min de intervalo de almoço - sim, 12 minutos, que eram sempre cumpridos à risca.
Capítulo 2 - 7 anos de indústria tech
Em 2016 eu estava com 27 anos e muito disso não fazia mais sentido. Eu queria me sentir mais livre e autônoma. Queria algo mais dinâmico. Mais digital. Que valorizasse mais o meu esforço. Sentia que era uma jovem trabalhando como se tivesse 40, 50 anos já e tinha chegado a hora de fazer algo diferente. E foi aí que eu comecei um processo de coaching para me redescobrir. Comecei a achar que só empreendendo eu iria achar algum lugar que me desse a autonomia que eu gostaria. Mas aí, alguns meses depois, surgiu uma oportunidade de trabalhar na Uber como marketing manager. E eu fui. Quando fui pedir demissão para meu chefe na época, ele me disse uma frase que foi emblemática "tu realmente vai pedir demissão para trabalhar em uma empresa de táxis?". Ele ficou muito surpreso e teve dificuldade de aceitar minha decisão. Além dele, muita gente achou loucura esse meu movimento. E esse movimento foi o segundo mais decisivo na minha trajetória profissional até aqui (continue lendo para conhecer o primeiro).
Naquela época a Uber estava recém entrando no Brasil e ninguém entendia bem do que se tratava. E isso que me atraía. O novo. O diferente.
Um dos meus primeiros desafios foi justamente explicar para o público que a Uber não era ilegal, e fortalecer a sua reputação. Para isso, fiz parcerias com grandes marcas locais, como Grêmio, Inter, Zero Hora e até mesmo a Orla do Guaíba. Também comecei um trabalho forte com influenciadores, criando embaixadores da marca.
Foi na Uber que eu conheci pela primeira vez o conceito de síndrome da impostora. Senti ela fortíssima nos primeiros 6 meses por lá. Todo mundo ao meu lado era inteligentíssimo e parecia saber mais que eu. E aí que começou a loucura.
A loucura de me esforçar ao máximo para corresponder às expectativas. Expectativas de quem? Não sei. Talvez as minhas próprias. As minhas expectativas de ser um "sucesso", de provar que ter feito aquela mudança tinha sido a decisão certa. Mais uma vez eu amava o meu trabalho, só que diferente da Tramontina, em que eu reclamava de ter o horário fixo mas fechava o computador às 18h e só ia pensar em trabalho no dia seguinte, na Uber o trabalho era infinito e durava 24h. E quando tu ama o que faz, trabalhar 24h, 7 dias por semana, não é tão difícil. Pelo menos não no começo.
Sair de uma empresa tradicional para uma empresa de tecnologia em alto crescimento, em que as metas eram semanais porque tudo evoluía muito rápido (a empresa praticamente dobrava de tamanho semana a semana, no início) foi um grande aprendizado. Até então eu era acostumada a trabalhar com metas anuais e olhe lá. Mas como boa ariana, tenho boa capacidade de adaptação e resiliência. Eu queria muito que "desse certo" e o único caminho que eu encontrei foi trabalhar como uma condenada para lidar com as minhas inseguranças e garantir as entregas. A parte boa é que eu tive comigo nessa época colegas incríveis que fizeram esse processo não só cansativo, mas também divertido. Tinha pares com quem contar. E isso fez toda a diferença.
Um tempo depois, lutei por uma promoção que me exigiu ainda mais. Eu não me cuidava, engordei alguns bons quilos, dormia mal e vivia ansiosa e estressada. Até conseguia manter 1h de crossfit diário, saía da Uber pelas 19h, fazia crossfit e voltava a trabalhar depois das 21h até perto da meia noite. O trabalho era a maior prioridade antes de qualquer outra coisa na vida. Mas "deu certo". Fui promovida e comecei a ter um time, ganhei mais confiança também. Já não tinha mais síndrome da impostora e acreditava que pra gente ter resultados era só se esforçar. Muito.
Só que a confiança durou pouco, pois logo eu percebi que não sabia nada de liderança. No início, esperava que as pessoas do meu time agissem e conduzissem seus projetos exatamente como eu faria. Demorei pra entender que quem tinha que se adaptar era eu, potencializando os talentos e colocando cada pessoa do time no lugar certo para prosperar. Mas aí aprendi o poder do feedback, que eu recebi do meu time e de colegas, e já tinha um bom tempo de terapia pra me ajudar. Corri atrás para aprender e melhorar. Descobri um livro que mudou a minha vida profissional e minha capacidade como líder, o "Empatia Assertiva", que explica como ser um líder assertivo sem perder a humanidade. Virou minha filosofia (e eu não poderia recomendar mais esse livro para todos que querem exercer uma liderança mais humana mas que não deixa de entregar resultado por isso - vejam aqui o link).




Em 2019, eu fui desligada da Uber no primeiro layoff (demissão em massa) que a indústria tech do Brasil já viu. Participei de uma call com cerca de 50 pessoas em que o diretor de marketing Latam abriu falando "if you are on this call, you no longer have a position at Uber" (se você está nessa chamada, você não tem mais um cargo na Uber). A empresa tinha recém feito o IPO (oferta pública de ações) em Nova York e não tinha ido bem, e decidiu fazer grandes cortes. Eu e meu time inteiro fomos demitidas juntas, sem espaço para explicação. Depois de termos feito ela a prioridade número 1 das nossas vidas. E um fato engraçado: essa call aconteceu em uma segunda-feira ao meio dia, e naquele momento eu estava na fila da Polícia Federal para fazer meu passaporte. Por 10 anos (já foram 4) eu terei que lidar com essa foto com cara chorosa nele - rsrsrs:

Apesar disso tudo, eu sou muito grata à Uber e a tudo que eu aprendi nos 3 anos que trabalhei lá. Nos anos de 2016 e 2017 acredito que as mentes mais brilhantes do Brasil trabalhavam na empresa, e eu pude aprender com todas elas - mesmo à custa de me sentir impostora às vezes e me forçar a trabalhar 60/70 horas semanais para administrar esse sentimento. Foi o início de um modus operandi que se repetiu nas próximas experiências, e que me levou àquela sessão de análise do início do texto.
Depois disso eu passei por mais 3 empresas de tecnologia - a Oyo, uma empresa indiana que estava entrando no Brasil com sua marca de hotéis, a Warren, uma fintech de investimentos, e a PM3, uma edtech - escola de cursos online. Nas duas últimas, eu fui a líder máxima do marketing nas empresas - CMO e Head de Marketing, respectivamente. Cargos bem legais e que me trouxeram bastante visibilidade, mas também muitas dores.
Entrei na Warren em abril de 2020, logo após o início da pandemia e quando todas as pessoas estavam se adaptando ao trabalho remoto. Liderei um time bem grande - no auge chegou a 30 pessoas, e tive que aprender como motivar cada uma delas de maneira distante. Por todos os aprendizados que eu tinha tido na Uber, considero que eu consegui fazer um bom trabalho e criar o que chamávamos de "dream team", baseado em 5 líderes que respondiam para mim e tocavam o dia a dia. Tenho muito carinho por cada uma das pessoas que passou pela minha equipe naquela época e orgulho de tudo que crescemos e evoluímos juntos e dos resultados que entregamos. Fizemos a maior campanha de marketing que a empresa já viu, em que aceleramos muito o número de contas abertas e reforçamos a confiança na marca, e trouxemos muita estrutura e consistência para tudo que era feito por lá.


Só que aí, o custo foi muito alto. Assim como na Uber, eu trabalhava 24h por dia, e com ainda mais dificuldades por nem sair de casa já que era o meio da pandemia. E apesar de na minha visão eu estar conseguindo exercer um bom trabalho de liderança, eu não conseguia fazer o mesmo com as minhas próprias lideranças. As expectativas em cima de mim eram irreais e resultados milagrosos e rápidos eram sempre esperados. Eu, ao invés de colocar limites, aceitava o desafio e sempre achava que era possível. Mensagens na madrugada eram comuns na alta liderança, a insônia também. Não havia um dia em que eu acordasse tranquila, sem mil mensagens atrasadas ou incêndios para apagar. Eu estava sempre correndo atrás da máquina e minha cabeça nunca descansava, sempre tinha um grande problema atrasado para resolver e eu sempre achava que era possível resolvê-lo. E que iria melhorar, era só eu me esforçar. Enquanto isso, minha saúde física e mental ia para o ralo.
Saí de lá na minha segunda demissão, no início de 2022. Doeu. E foi uma surpresa pois no dezembro anterior eu tinha recebido reconhecimento financeiros do meu desempenho. Me senti injustiçada por isso e por tudo que tinha entregado. Minha alma, basicamente. Mas eu fiquei aliviada no mesmo dia pois no fundo sabia que aquele ambiente estava sendo muito tóxico para mim. Naquele ano eu e meu marido pretendíamos engravidar. Pensei em empreender novamente, mas achei que ainda não era o momento. Então resolvi procurar uma empresa que oferecesse um cenário diferente, mais acolhedor, em que eu pudesse exercer a maternidade que eu acreditava, com cuidado e equilíbrio. Que não me exigisse que a empresa fosse a maior prioridade da minha vida. E aí a última empresa que trabalhei pareceu ser essa empresa nas entrevistas. Na prática, não foi. Eu cheguei e o time que eu era para liderar estava cansado e insatisfeito com muitas questões internas. Tentei mudar essa realidade e não consegui. Acho que talvez não tive forças - no meio disso passei pelo primeiro aborto e, como já contei outras vezes, não parei. Segui trabalhando pois achei que o time precisava muito de mim. Mais do que eu precisava de mim. Em uma empresa pequena, cada pessoa faz uma diferença absurda. E eu, mais uma vez, priorizei a empresa e não eu mesma. Isso é responsabilidade minha.
Na minha carreira toda eu tive 10 chefes homens e 1 mulher. Alguns foram bons e me ajudaram muito a crescer. Mas vale dizer que a mulher foi a melhor, com quem eu melhor conseguia me comunicar, ter um entendimento mútuo e feedbacks honestos. Já os últimos chefes que tive pouco compreendiam demandas e necessidades femininas, ou se preocupavam de verdade em tornar o ambiente de trabalho mais humano e mais acolhedor. Eles só queriam resultado, custasse o que custasse. Por um lado eu entendia, eles estavam sob pressão e participavam de um sistema que os levava a agir assim. Mas eu, praticante de uma liderança baseada em empatia assertiva, sofria muito com isso. Me sentia incompreendida. Vejo por aí muitos homens acham que para ser um bom líder é preciso ser autoritário e manter sempre o time no limite, sugando todo o possível. Eu simplesmente não conseguia exercer uma liderança que não fosse colocando as pessoas em primeiro lugar. E eu não conseguia mais não me colocar em primeiro lugar.
Trabalhar em empresas de tecnologia exige uma resiliência que eu acho que já tive, mas não tenho mais. Eu era sempre otimista, sempre achava que as coisas iriam melhorar. Vestia a camiseta e entregava tudo que eu tinha. A verdade é que o sistema é cruel. Ele é baseado em empresas que em geral operam financiadas por fundos de investimento, que pressionam os CEOs que às vezes não estão preparados o suficiente para o cargo. Algumas tem capital aberto e são suscetíveis a mudanças diárias no preço das ações. A volatilidade e a mudança são uma constante, e o curto prazo impera sobre o longo. Planejamentos estratégicos, se existem, dificilmente são seguidos pois tudo muda o tempo todo. Em um momento o tipo de cliente buscado é um, no mês seguinte pode mudar devido a pressões de mercado ou macroeconômicas. Muitas dessas empresas nascem com o objetivo de desbancar alguma empresa tradicional, líder de mercado até então, e isso exige muito dinheiro e muito suor. Dinheiro que normalmente não se tem. Fazer mais com menos é o lema. O trabalho de 3 pessoas precisa ser feito por 1, e o job description (o que é esperado de cada cargo) nunca corresponde à realidade. A gente sempre precisa entregar mais e os limites são excedidos o tempo todo.
Esse cenário todo pode ser interessante para aprendizado e em um momento que tu está com todo gás, e de fato me ensinou muito. Eu não me arrependo dos últimos 7 anos, eles foram importantes na minha trajetória. Me ensinaram muito e sou grata pelas oportunidades que tive. Mas hoje vejo que esse tipo de ambiente não funciona mais para mim.
Em março saí da última empresa. A tentativa de um lugar mais tranquilo para exercer a maternidade foi frustrada. Foi confuso e difícil. E aí eu decidi que não dava mais. Que aquele modus operandi que eu tinha desde 2016 no trabalho, me trouxe muito, mas me tirou muito também, e não era o que eu queria levar adiante. Eu não queria mais ser a pessoa que só descansa quando está doente. E eu acho que as empresas podem e devem fazer diferente, por todos os funcionários, mas sei que eu também tenho culpa de ter permitido que as coisas fossem como foram. Eu permiti que essas empresas dominassem a minha vida e ocupassem o lugar mais prioritário nela. Decidi que não permitiria mais. Decidi que eu seria uma ex-workaholic. Que eu tinha que re-criar a minha vida.
Não fiz nenhuma entrevista desde lá. Perdi mais um bebê, fiz duas cirurgias. Foquei na minha saúde física e mental. Melhorei um pouco. Estou caminhando. E aos poucos encontrando alternativas.
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Meu processo criativo com esses textos tem sido bastante intuitivo. Eu em geral tenho um insight, um tema que quero escrever, sento e o texto simplesmente flui. Tem sido gostoso e interessante.
Só que dessa vez o texto fluiu demais rsrsrs. Então para não cansar vocês, decidi dividir ele em 2 partes. Essa é a parte 1, com os capítulos 1 e 2. O capítulo 3 virá semana que vem.
Até lá, me contem nos comentários se vocês curtem esse tipo de relato. A tendência é que os próximos meses sejam mais focados em carreira do que em maternidade. Mas falo mais disso no próximo texto :).
Muito bom. Me identifico muito e acho que nosso erro foi não perceber as mudanças internas mais sutis ao longo do tempo. Que bom que a gente colocou toda aquela energia pra produzir e conquistar! Que pena que foi necessário passar um pouco dos limites da saúde pra perceber que as vontades haviam mudado e era preciso adaptar a relação com o trabalho. A boa notícia é que temos o resto da vida pra curtir mais cada fase olhando mais pra dentro ❤️
Já fui sua subordinada e uma coisa que não gostava no seu estilo de trabalho era: workaholic. Eu recebia email às 4 am eai quando eu começava a trabalhar no meu horário , já recebia a pergunta se eu tinha visto o email que recebi as 4am. Sempre torço pela sua mudança , pois isso não é saudável para você e muito menos para o seu time. Agora com esse texto eu pude entender melhor o que fez para você ficar assim, que você foi ensinada assim.
Fico muito feliz por sua mudança ❤️